O consumo de cinema e audiovisual está em profunda transformação. É uma transformação que tem vindo a ser pressentida nos últimos 20 anos, mas que se tem tornado progressivamente efectiva nos últimos 10 anos, por via dos novos produtos que têm sido disponibilizados e comercializados, por um lado, mas principalmente por via das novas possibilidades entretanto criadas para consumir, visionar, jogar e interagir com os bens culturais cinematográficos e audiovisuais. As interrogações que se colocam são essencialmente duas: de onde decorre essa mudança e para onde nos conduz. Para responder a estas questões, o presente estudo baseia-se na análise dos dados do inquérito por questionário A Sociedade em Rede em Portugal 2006, aplicado a uma amostra representativa da população portuguesa composta por 2000 indivíduos residentes em Portugal continental com idade igual ou superior a 8 anos, no âmbito de um projecto desenvolvido no CIES-ISCTE por uma equipa coordenada por Gustavo Cardoso.